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Felicidade, desesperadamente

Atualizado: 5 de out. de 2023

Qual é o principal desejo humano? A felicidade. Ela pode vir travestida de poder, amor, dinheiro, benevolência. Mas, em última instância, queremos o que queremos porque colocamos naquilo o ideal de felicidade.


Pelo menos, desde Aristóteles (384 a.C – 322 a.C), temos conhecimento de que a busca humana é pela felicidade. O filósofo e seu mentor Platão invocaram um ideal de felicidade baseado em uma vida ética que incluísse as virtudes morais e políticas, como honra, responsabilidade cívica e justiça.


Esta conduta, chamada de “vida boa” ou até de “felicidade pessoal”, ganhou outros significados ao longo da história e por causa dela os meios justificaram fins, sejam quais forem. A necessidade de uma felicidade fácil e desesperada se apossou de nós: ela está no shopping, na viagem instagramável, nos likes, na sintonia com a moda, no sucesso financeiro, no poder, no domínio, no corpo perfeito, no relacionamento, na conta bancária, no status?


A felicidade se tornou sinônimo daquilo que podemos possuir, porém, tudo o que possuímos tem prazo de validade em um mundo em constante mudança e urgência de novidade. Assim, estamos sempre um passo atrás da satisfação, cada vez mais ansiosos por encontrar aquele paraíso de paz e plenitude que a propaganda anuncia mais uma vez. E, de repente, não está lá. Fomos enganados. E, logo, desesperados, nos rendemos à próxima promessa.


Em “Felicidade, desesperadamente”, o escritor e filósofo André Comte-Sponville provoca seus leitores sobre a possibilidade de a felicidade ser realmente atingível.


Uma pessoa que faz da felicidade o seu objetivo de vida está destinada à frustração e ao desespero, porque viver é lidar com altos e baixos. No fluxo do seu próprio destino, os objetivos que alguém traça para si passa por desafios até a conquista, o que resulta em felicidade. Então, o ciclo recomeça. Tudo muito natural.


A necessidade imediata e constante de felicidade ou mesmo a crença de que “eu não mereço sofrer” resulta de uma concepção não só é hedonista (concordando com Sponville) como se trata de um ideal infantil de que a vida é uma extensão do quintal da casa dos pais.


Ao contrário, a vida é imperfeita e o sofrimento é parte da condição humana. Somos todos muito comuns e estamos sujeitos à dor e ao amor, à alegria e à decepção.


Aceitar nossa humanidade com humildade e encontrar, a partir desse lugar, o sentido que nos é tão peculiar e essencial para a nossa existência e para o Todo, pode ser libertador. Ou pode-se continuar a afrontar a vida. O único problema é perder tempo precioso em um combate sem vencedores, pois (alerta de spoiler) a trincheira que você escava leva diretamente para você.





 
 
 

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